9 de set. de 2023

O maléfico Marte no mapa de Gisele Bündchen

 Vou começar com a premissa que servirá de base para todas as ideias desenvolvidas no artigo:

Quando planetas maléficos são determinados a casas lucrativas da figura natal, eles indicam benefícios ao nascido às custas do sofrimento ou da negação dos benefícios a outros.

Recentemente eu escrevi um artigo sobre algumas configurações encontradas no mapa de Gisele Bündchen - texto esse disponível apenas para assinantes do meu Patreon. 

Comentei sobre o artigo com minha mulher, e ela me rememorou o aforismo acima ao observarmos o ♂ do mapa da Gisele. 

 

Apesar do ♂ de Gisele estar em detrimento - o que faria vários astrólogos errarem feio na análise - trata-se de um super planeta. Ele rege o Lote da Fortuna, está conjunto à cúspide da Casa 10 e em ☌ com o Lote do Espírito e o Lote da Exaltação e é aspectada pela sua regente, ♀. 

Marte só peca um pouco por estar ocidental ao Sol, indicando uma realização tardia, o que contraria o que já aconteceu na vida da super modelo: Toda modelo precisa de beleza, e beleza é altamente dependente de colágeno. Logo, todas começam cedo na vida. Entretanto, a ocidentalidade de ♂ pode mesmo assim indicar uma realização tardia e provavelmente esse Marte ainda tem muita gasolina pra queimar: talvez veremos mais peripécias desta mulher adiante - não necessariamente relacionada ao seu físico, ainda que bastante preservado. Talvez vejamos uma ação maior dela nos períodos de Marte segundo o método de Balbillus (o astrólogo do imperador Tibério), que começam em 2031, ou na Firdaria de Marte, que vai começar quando Gisele completar 63 anos, em 2043.

A prova de que esse ♂ é bom está nos períodos planetários que já ocorreram. Foi durante o período de ♏ do Lançamento Zodiacal do Lote do Espírito - regido por ♂ - que ela alcançou o estrelato como Supermodel.

Como vemos que esse ♂ só deu alegrias à supermodelo, minha mulher disse que o aforismo acima se encaixa perfeitamente na interpretação do ♂ de Gisele. Trata-se de um maléfico em boa condição numa casa lucrativa. Segundo o aforismo, um maléfico numa boa condição em casa lucrativa seria muito bom a ela, em detrimento de ter feito mal a outras pessoas.

Que mal Gisele teria feito a alguém? Uma hipótese da minha mulher seria mais sociológica do que em interações pessoais episódicas: ter um padrão de beleza inalcançável para milhões de seres humanos de diversas etnias; padrão esse pelo qual milhões de mulheres se mutilaram para alcançá-lo. Talvez este número dimensione seu impacto:

Em 2000, Bündchen foi apelidada de "Boobs from Brazil" por inspirar as 36 mil cirurgias de aumento de mama realizadas naquele ano no Brasil.
(fonte: Wikipedia)

Como estamos falando de uma mulher com projeção internacional, será que ela teria mesmo feito mal a tanta gente assim? Será que Gisele pode "emitir esse recibo" de culpa?

Vettius Valens diz que maléficos em mapas de pessoas muito importantes tendem a representar o mal ao seu povo, não a si mesmas. Isso é dito no contexto em que Valens fala de mapas de imperadores. Os maléficos nos mapas de Hitler, George W. Bush e outros déspotas de soluções "geniais" indicam na verdade o opróbrio de populações inteiras. Mas será que podemos estender essa ideia a mapas de celebridades influentes como modelos e jogadores de futebol?

Desconfio que não teria essa discussão com minha mulher há dez anos atrás. Essas questões sobre padrões de beleza femininos opressores são historicamente muito recentes no imaginário coletivo. É claro, elas devem povoar as cabeças dos intelectuais há décadas, mas nós, pobres mortais iletrados, nunca fomos muito sensibilizados por discussões assim até recentemente. 

A grande questão que devemos levantar neste momento é a seguinte: será que podemos considerar esse tipo de mal causado por Gisele como a ação de ♂? E se o mal causado por ♂ for apenas ter vencido concorrentes no mundo fashion e/ou ser uma colega de trabalho difícil de se trabalhar (como já foi citado por um fotógrafo de moda)? 

Minha tendência é discordar da hipótese do "malefício sociológico". Seguindo a lógica do "padrão de beleza opressor", toda supermodelo teria uma influência muito nefasta sobre os padrões de beleza do imaginário coletivo, e nem toda modelo terá ♂ representando sua carreira. Basta dar uma zapeada por todos os mapas presentes na catedoria "modelo" do AstroDataBank para fazer valer o meu ponto de vista (clique aqui para conhecer).

Os "padrões de beleza opressores" estão dentro de uma série de valores que caracterizam a supraestrutura da sociedade capitalista moderna, que não dependem de mapas natais isolados para acontecer. Se não existisse uma Gisele Bündchen - como de fato não existiu esta modelo nas passarelas do mundo até o ano de 1994, quando ela começou a desfilar - nós teríamos esses valores impostos sobre o povo do mesmo jeito, agenciados, é claro, por outras modelos, que não necessariamente teriam ♂ angular e regendo um dos lotes da fortuna ou do espírito.

Acredito que esse ♂ represente alguns eventos na vida de Gisele, como suas frases polêmicas, seu trato com colegas de trabalho e subalternos e otras cositas mas. Só não sei se devemos colocar nas costas dela a pecha de ter oprimido milhões de mulheres. 

Um comentário:

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