13 de jan. de 2023

O que tenho feito em 2023 (Em busca da simplicidade)

Após 17 anos do começo deste blog, meu conhecimento se consolidou em algumas áreas da astrologia. Aqui, eu vou mostrar a vocês como eu tenho feito algumas coisas em 2023.

Posso mudar no futuro? Pelo jeito, pra algumas coisas, não. Pra outras, certamente.

Buscando a simplicidade

Estamos muito acostumados a pegar um ou dois mapas da mesma pessoa (o mapa natal e a revolução) e a destrinchá-los, virá-los do avesso, das formas mais abissais possíveis. Mas acho que as coisas podem ser mais simples.

A cada dia mais, eu vejo nas entrelinhas dos textos árabes medievais, que talvez a nossa análise preditiva possa ser mais simples do que parece. 

E por que diabos não fizemos isso antes? Simplesmente porque:

  1. Esses autores entraram em cena de forma mais acessível há menos de 20 anos, com as traduções para o inglês moderno.
  2. Portanto, a maneira que aprendemos a ler revoluções solares deriva de um único autor, que foi o mais acessível nos últimos séculos: Morin de Villefranche.

Ao que me parece, existe uma análise mais simples das coisas. Essa análise, porém, deve ser descoberta desbravando-se o texto de natividades de Sahl. Apesar do texto ser sobre natividades, ele traz alguns conselhos de como se fazer previsões.

É o que tenho feito agora. Tenho lido e traduzido Sahl para o português - o que pode ser o material didático embrião de um curso de astrologia clássico. Tenho feito inúmeros comentários para que esse material se torne o mais claro possível para mim e para minha mulher. 

Em paralelo ao processo de conhecimento do texto completo de natividades, vamos testá-los em mapas.

Sistema de casas empregado por mim em 2023

Signos inteiros (Whole signs houses). Há anos eu venho usando esse sistema, fazendo concessões eventuais com o sistema de casas quadrantes (Alchabitius, Placidus, etc). Agora, para se saber os assuntos do mapa, eu joguei as casas quadrantes para escanteio, definitivamente, até que surja uma evidência substancial contrária, de que seu uso seria adequado em astrologia helenística, bizantina e árabe (até a 1ª geração). Foda-se William Lilly. Foda-se Regiomontanus.

O uso de Signos inteiros por um astrólogo que admiro e tem uma abordagem que é a minha meta, somado ao fato de que tenho estudado muita astrologia indiana (na qual esse é o sistema padrão, complementado com Bhava Chalita em situações especiais), mais o fato de ser o sistema aparentemente empregado por Sahl, me ajudou a escolhê-lo como o sistema de casas definitivo.

Casas quadrantes só são usadas para ver a força de um planeta, como se pode ver espalhados em artigos de praticamente toda a blogosfera de astrólogos helenísticos ou simpatizantes. Vários discordarão disso, pelos séculos dos séculos. Mas eles não lêem ou não seguem o que Sahl e Doroteu dizem em seus livros. Se eles seguissem, talvez mudassem de ideia.

Como eu faço revoluções solares em 2023

Tenho estudado e testado a astrologia Tajika - revoluções solares de técnica persa, mas vistas sob a perspectiva de um sábio que a adaptou levemente ao pensamento indiano, Nilakanta. Tenho gostado do que tenho visto, e este é o meu método preferencial para clientes neste ano.

O único defeito deste método é que ele analisa a revolução solar isoladamente, sem levar em conta a memória que os planetas tem das suas posições natais. Mas isto eu vou sanar adequadamente, incluindo um tópico deste tipo de interpretação no relatório que oferecerei aos meus clientes.

Exceto por esse pequeno ponto fraco (facilmente sanável), tudo que tenho visto por Nilakanta é muito bom. Os sistemas de pontuação dos planetas - uma heresia para astrólogos ocidentais - me permitem ver situações que não veria usando apenas as dignidades da astrologia ocidental. Há técnicas de timing dos eventos ao longo do ano que são testadas pelo meu professor, Ernst Wilhelm, e que se mostram promissoras - em contraste com as várias técnicas de timing dos eventos ao longo do ano ensinadas por Abu Ma´Shar no seu tratado de Revoluções Solares, que ninguém se prestou a testar e a publicar resultados até hoje. 

Acima de tudo, Nilakanta não assusta nem confunde, porque eu o aplico no zodíaco TROPICAL - o tema do próximo tópico.

Você já teve o Spoiler. Sim, continuo usando zodíaco tropical. Mas de olho nas constelações.

Eu acho que isso não deve surpreender quem me acompanha há anos. O zodíaco tropical é consistente, dá bons resultados pra mim, e isso que importa. 

Contudo, ainda tenho uma dúvida: as informações que dependam da imagem da constelação não seriam melhor representadas dentro do território zodiacal onde esta constelação for projetada? 

Por exemplo: um planeta está em Gêmeos no zodíaco tropical. Portanto, ele será disposto por mercúrio, estará sujeito ao gênero de Gêmeos (masculino), ao modo mutável e ao elemento ar. Nada disso mudaria, porque depende das estações do ano. Contudo, ele pode estar dentro do território da constelação de Touro projetada no zodíaco - não o signo sideral de Touro, mas a constelação de Touro. Assim sendo, ele traria alguma simbologia que lembrasse a imagem da constelação de Touro: algo lidado a animais de pasto, algo ligado a fazendas, ou qualquer coisa que o contexto da interpretação pudesse permitir.

No caso acima, eu pensaria não em usar um zodíaco sideral (que atribui 30° a cada signo), mas a projeção da constelação na eclíptica. As constelações tem tamanhos assimétricos. A constelação de Virgem, por exemplo, é imensa nos céus - maior que 30°. 

Isto ainda é uma dúvida, porque não me debrucei sobre o tema. 

Planetas em combustão com dignidade não são afetados

Essa é uma doutrina que conheço HÁ 14 ANOS, mas a experiência acumulada faz com que o número de casos disponíveis mostrem a cada dia mais que ela está correta - como no caso em que eu vi Mercúrio,  regente da casa 7, dentro da própria, domiciliado e exaltado, em Virgem, mas próximo do Sol. E, no entanto, a pessoa parecia ser bem casada há anos. 

Sempre que o planeta estiver em combustão, mas dignificado, eu considero o Sol como alguma coisa desagradável - como uma figura opressora poderosa por perto - mas que não impede a realização das coisas que o planeta significa.

E quando o planeta em combustão acompanhar o Sol em Áries ou Leão, o Sol o recebe e ameniza a simbologia da combustão.

No mais, nada mudou.

Espero que Deus ainda me dê oportunidade de mudar por muitos e muitos anos.

Um comentário:

  1. Muito bom conhecer um pouco do saldo desses anos todos de prática. Que os Deuse abençoem sua caminhada na arte, Rodolfo.

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